Sete de Setembro de 1822, data em que Dom Pedro I, às margens do Rio Ipiranga, deu o famoso Grito de “Independência ou Morte”, livrando simbolicamente o Brasil das amarras portuguesas. Tal episódio é alvo de inúmeros questionamentos sobre veracidade, forma e motivações por parte dos historiadores.
Entre os maçons, a corrente predominante defende que tal episódio ocorreu em consequência direta daquela tão discutida reunião maçônica de 20 de Agosto de 1822, presidida por Gonçalves Ledo, em que a Independência do Brasil teria sido antecipadamente proclamada pelos influentes líderes políticos e sociais que ali se reuniam.
Fato interessante acerca do Grito de Independência, comumente presente na literatura (maçônica e até não maçônica) sobre o tema, é quanto ao significado da divisa “Independência ou Morte”. Há aqueles que atribuem a ela um significado maçônico ou, no mínimo, esotérico, ligando-a principalmente à Sociedade Secreta conhecida como “Apostolado”.
O nome do Apostolado na verdade era “Nobre Ordem dos Cavaleiros da Santa Cruz”, uma sociedade secreta baseada na Maçonaria, porém, de caráter cristão, fundada por José Bonifácio com o intuito de fazer frente às iniciativas maçônicas do grupo de Gonçalves Ledo, que pareciam mais fortes a cada dia. O Apostolado defendia a bandeira política de uma monarquia constitucionalista e José Bonifácio alcançou seu objetivo de ingressar Dom Pedro I na mesma.
Muitos são os autores que atribuem o termo do Grito de Independência ao Apostolado, considerando a possibilidade de Dom Pedro I ter se lembrado do conteúdo de uma palestra (instrução) da Nobre Ordem quando efetuou o grito. Não faltam livros publicados que defendem tal teoria. Porém, há apenas um pequeno detalhe que parece ter sido desconsiderado por esses proponentes. O historiador Alexandre Mansur Barata, em sua obra “Maçonaria, Sociabilidade Ilustrada & Independência do Brasil”, publicado pela Editora UFJF, em 2006, registra que uma das palestras do Apostolado só foi nomeada como “Independência ou Morte” em fevereiro de 1823, ou seja, quase 06 meses depois do Grito de Independência. Isso sugere que, mais fácil do que uma palestra do Apostolado ter influenciado no Grito, seria o Grito ter influenciado na escolha do título de uma palestra do Apostolado.
Importante ressaltar que o autor realiza tal registro em sua obra com base em documentos originais do Apostolado, presentes no Arquivo do Museu Imperial e no Instituto Histórico Geográfico Brasileiro. Como eu costumo dizer, quando se trata da relação entre história e maçonaria, entre nós maçons e os historiadores, fique com os historiadores.
Contra fatos não há argumentos.
Parabéns mais uma vez meu Ir.’.
T.’.F.’.A.’.
Como sempre, excelente trabalho!
De uma importância impar para desmistificarmos as “lendas”.
Devemos nos embasar na verdade, ou, pelo menos, o mais próximo possível dela, salvaguardados por documentação e pesquisa histórica.
Aproveitando, gostaria de pedir um auxilio ao Irmão com material sobre o “Alfabeto Maçônico”.
Gostaria de conhecer a historia da criação deste. Quem o criou, por que, quando, como foi utilizado. O Irmão teria algum estudo a respeito? Poderia me indicar alguma literatura?
Agradeço a atenção.
Forte abraço.
Kennyo Ismail – Meu Irmão Juliano, tenho algum material relativo ao Alfabeto, mas esse é um dos assuntos que evito abordar no blog por ser conteúdo mais restrito. Estou à sua disposição em pvt.
gostei de site tem muitas variedades estou fazendo lição pra nota e ainda nem comecei esse site vai me ajudar.