Acredita-se que o estigma da sexta-feira 13 existe há séculos, mais precisamente desde o dia 13 de outubro de 1307, uma sexta-feira cuja noite foi tenebrosa. Foi quando os soldados do Rei Felipe IV da França, conhecido por Felipe, o Belo, invadiram as edificações francesas onde cavaleiros templários estavam repousando com ordens de prisão. Cientes de que os templários não desembainhariam suas espadas após suas orações noturnas, muito menos contra cristãos, o trabalho dos soldados fiéis ao rei não foi tão difícil. Milhares de cavaleiros foram presos, alguns mortos na tentativa de fuga, mas outros tantos conseguiram escapar, fugindo principalmente para Portugal e Escócia.
Porém, talvez aquela sexta-feira 13 não ficasse tão negativamente enraizada na memória das pessoas se o seu desfecho não fosse tão sombrio e marcante como foi. Desfecho esse ocorrido quase sete anos depois, numa segunda-feira, dia 18 de março de 1314.
Em observância a esses dois dias, que servem como cornucópias de lições desde então, apresento um trecho de texto publicado em 18 de Março de 2011 neste blog:
“O sol está se pondo e uma multidão se forma no pátio diante da Catedral. Apesar do fim do inverno, essa segunda-feira de primavera parece fria como nunca. As flores já brotaram, mas o vento corta como navalha.
– É uma pena que a fogueira fique tão distante de nós. Seria bom para me aquecer. – diz um mendigo de idade já avançada, ou talvez apenas castigado pela vida.
– Acredite, você não agüentaria ficar perto do calor infernal e o cheiro de carne herege queimando. – responde um senhor com roupas um pouco melhores, um pouco mais limpo, mas com um destino não muito diferente da mendicância. Afinal, a França está falida e quase ninguém tem emprego.
Com o crepúsculo, os postes começam a ser acesos e o cheiro de óleo queimando é sentido no pátio. Sangue, óleo, fogo, suor, lixo, seus cheiros estão sempre misturados na não tão bela Paris do século XIV.
Soldados montados vão se aproximando e se posicionando, o que indica que o momento de mais uma execução está chegando. – Quem será dessa vez? – alguns se perguntam. As execuções sempre apresentam bom número de espectadores, mas essa tem superado as anteriores: nem sinal das autoridades e dos condenados e a Ilha da Cidade já está lotada. Isso porque todos esperam assistir a execução daquele que o povo considerava acima dos reis e abaixo apenas do Papa. O Grão-Mestre dos Templários, Jacques de Molay.
Já fazia 07 anos que ninguém o via, desde aquela escura sexta-feira 13 que o povo tratou de guardar como maldita. Uns diziam que ele havia morrido nas torturas da Santa Inquisição. Outros que ele conseguira fugir para a Escócia com tantos outros Cavaleiros. A única coisa que todos concordavam é que era impossível um homem com seus 70 anos de idade sobreviver por tanto tempo a tanto tormento. Esse era o motivo para tanta gente estar ali: ver a queda de um homem que liderava reis e que sobreviveu ao insuportável.”
Para ler o restante desse texto, clique aqui.
Olá Ir.’. Kennyo
Parabéns pelo texto.
Só mais uma observação interessante este ano a sexta 13 foi no mês 07, ou seja, o ano de 1307.
Um belo texto do dia 18 de março.
T.’.F.’.A.’.