Não sou contrário à literatura maçônica que segue uma vertente mais “espiritual”. Sou avesso à literatura maçônica sem pé nem cabeça, aquela escrita sem qualquer embasamento, sem referências, sendo apenas um reflexo da imaginação de seus autores.
Todo mundo tem direito a viajar na maionese de vez em quando, a acreditar que a corda de 81 nós é um filtro de egrégora, que filtra energias negativas e exala positivas, dentre outras coisas. Há aqueles que ainda acreditam que a terra é plana. Outros creem que o presidente da república é um extraterrestre disfarçado de humano. O problema é quando os frutos do consumo excessivo de incensos estragados tornam-se “material didático”, literatura sugerida e recomendada, fonte principal de peças de arquitetura das Lojas. É a partir daí que o nosso “belo sistema de moralidade” passa a ser confundido com uma “ordem magística” e nos distanciamos do resto do mundo e, principalmente, de nosso objetivo institucional.
Nesse cenário, tendo em um extremo o positivismo, um objetivismo quase que empirista; e no outro o subjetivismo extremado, aquele solipsismo cego; muitos consideram missão difícil a manutenção de um “caminho do meio”, aquele em que se busca experimentar o melhor dos dois mundos. Esse não foi o caso de nosso Irmão Pablo Guedes.
Em sua obra, “Da fórmula dos deuses mortos”, Pablo consegue trilhar esse caminho ideal, mostrando ser possível aquilo que muito defendemos, de que, independentemente de sua tendência epistemológica, deve-se produzir com qualidade e seriedade, pois o ofício da escrita está sempre acompanhado da grande responsabilidade de se respeitar os leitores.
O livro, que segue o objetivo de destrinchar o grau de Mestre Maçom sob a ótica esotérica de um Rito Solar, cumpre com o mesmo estruturando-se em ricas e recomendadas referências bibliográficas e seguindo relativo rigor metódico, ao evitar a realização de afirmações única e exclusivamente pessoais e íntimas.
Fisicamente produzido em material de ótima qualidade, a obra conta com belíssimas ilustrações coloridas em seu miolo, desenhadas por João Guilherme, que sem dúvida alguma é o maior ilustrador maçônico do país.
Para aqueles que gostam de mitologia, se interessam pelo esotérico, mas não abrem mão de boas referências e ricas citações, recomendo a leitura.
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Q Ir:. diga-me, já teve contato com o livro de Urântia? Mito ou vale a pena? Gostei bastante particularmente… TFA