Sinto o vento frio batendo
Em meu peito descoberto
Confrontando com as batidas
Deste sofrido, porém leve coração.
E esse vento traz consigo
Algo tão silencioso e frio
Quanto seu desconhecido guia:
Um gélido metal pontiagudo me fere.
Mantenho-me firme na aparência
E abalado nas entranhas
Pois só tenho o breu à minha frente
E meu ouvido como companhia.
Minto, Deus também está comigo
Esses, ouvido e o Pai, tenho certeza
E ambos me guiam, de um jeito ou de outro
Nesta aventura cheia de surpresas.
Mas como nunca vi meu ouvido
Nem mesmo o nosso Criador
E estou certo de suas existências,
Posso estar errado em pensar em um trio.
Meu ouvido e Deus
Ambos estão dentro de mim. Eu sinto.
E o que há de fora? Me pergunto.
Meu ouvido me diz que há muitos.
Passo a prestar atenção nas palavras
Tão solenes, não são ditas em vão
Eles me falam sobre… Deus!
O mesmo que sinto aqui, dentro.
Então, uma luz brilha em minha mente
Enquanto o breu finda e os olhos abrem:
Se o Deus que habita em mim, habita neles
Eu não estava em trio, porque todos somos UM.