No último dia 24 de outubro, no Templo Nobre do Grande Oriente do Distrito Federal – GODF, a Loja “José Castellani #3883” – GODF-GOB, realizou a concessão de sua Comenda José Castellani. Na modalidade “Mérito Literário” cinco irmãos foram condecorados, sendo um in memoriam: Rizzardo da Camino. O irmão Adão José Paiani, do GORGS-COMAB, se fez presente na solenidade representando a família da Camino e agradecendo em nome da mesma. Os outros 04 irmãos condecorados foram:
- Eurípedes Barbosa Nunes – Grão-Mestre Geral Adjunto do GOB;
- Marcos Antônio Pereira Noronha – membro da Loja Universitária “Ordem, Luz e Amor” (GODF-GOB);
- José Robson Gouveia – membro da Loja “Pioneiros de Brasília” (GODF-GOB); e
- Kennyo Ismail – membro da Loja “Flor de Lótus” (GLMDF-CMSB).
Ainda, a Comenda foi concedida, na modalidade de “Dedicação e Trabalho”, a três valorosos irmãos que têm colaborado para o engrandecimento daquela Loja e de seu trabalho em prol da Literatura Maçônica:
- Liberalino Reis de Oliveira
- Valdemar Pereira dos Santos
- Edilson Barbosa Veloso
Tive a honra e o privilégio de receber a comenda das mãos do Eminente Irmão Lucas Francisco Galdeano, Grão-Mestre do GODF e um dos maiores promotores da cultura e educação maçônica no Brasil atualmente. Na oportunidade, foi-me concedido permissão de realizar um breve discurso, cujo trecho disponibilizo a seguir:
Respeitável irmão Mário Chaves, Venerável Mestre desta Augusta e Respeitável Loja; Eminente Irmão Lucas Galdeano, Grão-Mestre do Grande Oriente do Distrito Federal; irmãos, cunhadas, senhoras e senhores aqui presentes; inicialmente agradeço pela honra concedida de fazer uso da palavra nesta solenidade de outorga da Comenda José Castellani do Mérito Literário Maçônico de 2016. Nós, escritores de livros maçônicos, temos muita sorte… Não há gênero literário melhor, pois nossos leitores, mesmo os mais críticos, são sempre muito fraternos!
Creio que o momento é oportuno para que eu faça uma confissão… algo que venho escondendo há muitos anos… eu era um “goteira”! Para quem não está familiarizado com o termo, “goteira” é aquele profano que tem curiosidade e lê livros de Maçonaria. Meu avô é maçom, tendo iniciado, em 1967, na Loja “Luz e Humanidade”, do GOB – Minas Gerais. Apesar de um homem simples, com pouca escolaridade, era, e ainda é, aos 90 anos, um leitor voraz. Então, quando eu tinha uns 14 anos de idade, fui a uma livraria comprar um livro de presente de aniversário para o meu avô. A obra escolhida fora a primeira edição do Breviário Maçônico, de Rizzardo da Camino. Eu sabia que meu avô gostava dos livros do Rizzardo, pois via alguns de seus títulos em sua prateleira, e sabia que ele ainda não tinha esse, que era um lançamento. Mas o mais importante: o breviário se encaixava no meu orçamento!
No entanto, pela ansiedade comum aos adolescentes, comprei o livro com uma semana de antecedência do aniversário de meu avô. E munido dessa ansiedade, não resisti em lê-lo. Obviamente que pouco entendi, mas toda aquela mística me fascinou. Hoje, compartilho com meu avô essa paixão pela literatura maçônica e alguns daqueles títulos do Rizzardo da Camino compõem meu acervo pessoal. Assim, não posso deixar de sorrir para a roleta do destino e da vida, ao observar que, passados exatos 20 anos de minha “leitura proibida”, o primeiro autor maçônico que li, Rizzardo da Camino, vem a ser o patrono desta turma e o maior dos homenageados nesta noite. E não podemos deixar de reconhecer que aquela obra, então recém-lançada, mesmo passado 20 anos, é leitura diária de milhares de maçons brasileiros.
José Castellani e Rizzardo da Camino são, sem sombra de dúvidas, os dois autores mais lidos e citados da Maçonaria Brasileira. Um do Grande Oriente, o outro da Grande Loja. Um positivista, o outro místico. Duas faces da mesma moeda: a literatura maçônica brasileira, a qual nos une em festa hoje à noite. Diariamente, em templos maçônicos como este, verdadeiros Templos da Razão, nós maçons nos reunimos em busca de evolução. E como pesquisador, professor e escritor, tenho compreendido e ensinado que esta evolução proporcionada pela Maçonaria se dá por meio da dialética. Tem-se uma tese, que é uma ideia inicial, a qual precisa ser constantemente inquirida e questionada, de forma a gerar uma síntese, que nada mais é do que a tese melhor compreendida, melhorada.
Imaginemos as dificuldades e as limitações que autores como José Castellani e Rizzardo da Camino enfrentaram para nos proporcionar essa gama de teses concernentes à Sublime Ordem Maçônica em suas dezenas de livros. Se hoje, essa nova geração de escritores maçons, na qual ouso me incluir, tem condições de apresentar uma literatura maçônica de qualidade, devemos dar graças ao Grande Arquiteto do Universo pela oportunidade de realizarmos as antíteses das teses herdadas desses grandes vultos. Por essa razão, é a eles que presto aqui meus maiores agradecimentos.
Boa noite a todos.
Parabéns mano Kennyo, você merece! É sem sombra de dúvidas, o maior escritor maçônico da atualidade!
Parabéns mano Kennyo. Você está de parabéns pelas conquistas e por toda obra que tem nos presenteado periodicamente.
Parabéns, irmão Kennyo, por mais essa conquista! Totalmente merecida, aliás, reflexo de que “trabalho bom é trabalho feito no esquadro”. TFA
Congratulações, Kennyo!
Castellani foi uma das minhas referências no final dos anos 80 e princípio dos 90. Você tem sido nestes anos 2.000, com muitas “surpresas”, muitos “tabus quebrados” e desmistificações. É raro o mês em que não apresento em Loja algum resumo de artigo seu.
Grato.
Parabéns! Penso como o ‘Victor’, que és na atualidade o escritor de maior importância e qualidade (sem desmerecer qualquer Irm), pois consegue transitar de forma brilhante, não apenas entre os ritos, mas também em todas as potências, obediências e nos mais diversos graus.