A mitologia grega dava notícia de que Perseu era fruto de um assédio sexual bem sucedido entre Zeus, o pai dos deuses gregos, e uma mortal. Assim, Perseu era um semideus (mortal) que contava com a simpatia de alguns deuses, incluindo seu pai, Zeus, apesar de provavelmente Perseu não simpatizar muito com este, por ter enganado sua mãe (ou subornado, em algumas versões) para possuí-la.
Isso ilustra o fato de que alguns filhos (ou afilhados), não necessariamente seguem a cabeça dos pais, até mesmo no Olimpo Maçônico. Barbosa, nos últimos discursos proferidos em Lojas, tem demonstrado isso, ao assumir o papel do herói Perseu e tentar afastar sua imagem à de seu Zeus, que já jogou seus raios sobre Minas Gerais, Rio Grande do Sul, e tem ameaçado jogar seus raios até sobre o GODF por conta do debate.
Minha última leitura, principalmente após o debate entre Barbosa (Perseu) e Ballouk (eleito pelo Zeus do Olimpo Maçônico como seu inimigo Érebo), foi a de que Érebo está mais preparado. Entretanto, cabe observar que uma das principais qualidades de um líder maçom é saber escutar. É impossível que um Grão-Mestre saiba de tudo sobre tudo, de legislação, relações exteriores, simbologia, ritualística, administração, etc. Então, bons líderes são aqueles que sabem se rodear de bons especialistas em cada área e sabem, principalmente, escutá-los. E Barbosa, o Perseu do Olimpo Maçônico, demonstrou recentemente essa virtude.
Um dos pontos de atenção levantados com o debate foi a questão DeMolay. Como dito naquele post, há dois Supremos Conselhos da Ordem DeMolay em funcionamento no Brasil. Um, cuja sigla é SCODRFB, é grande, está presente em todas as UFs, conta com o apoio da CMSB e da COMAB, e detém a regularidade do uso do nome e da marca DeMolay, além do reconhecimento internacional. O outro, SCODB, é o contrário disso. O GOB é a única vertente maçônica brasileira encima do muro quanto a questão e Ballouk, pelo menos durante o debate, optou por não tomar partido. Já Barbosa, que, como já comentado em outro post, pouco sabia sobre a questão DeMolay, parece que procurou se informar melhor sobre o assunto.
No último final de semana ocorreu o ELOD – Encontro de Líderes da Ordem DeMolay, do SCODRFB (o grande, regular e reconhecido), em Brasília. O ELOD reúne os maçons e DeMolays que atuam como dirigentes nos Grandes Conselhos Estaduais e Distrital, com os dirigentes do Supremo Conselho, para apresentação de relatórios, discussão e votação de propostas, dentre outros assuntos. E, na tarde de sábado, receberam Barbosa Nunes durante o encontro, o qual sinalizou a favor de uma mudança de posicionamento do GOB em prol do SCODRFB, caso eleito.
O GOB, em que pese ter indiscutível regularidade nos graus simbólicos, infelizmente tem um histórico de se relacionar com corpos maçônicos irregulares ou não reconhecidos, como no caso do reconhecimento do Supremo Conselho do REAA de São Cristovão, em detrimento do Supremo Conselho de Jacarepaguá (único do Brasil reconhecido internacionalmente); o rompimento com o regular ECMA – Excelso Conselho da Maçonaria Adonhiramita, e o apoio à fundação do irregular ECMAB – Excelso Conselho da Maçonaria Adonhiramita do Brasil, o qual não foi reconhecido pela SAFL – Soberana Assembleia Federal Legislativa do GOB; o caso extraconjugal com o Supremo Conselho Filosófico do Rito Moderno do Brasil, enquanto ainda está casado com o Supremo Conselho do Rito Moderno; dentre outros. E, na questão DeMolay, sua postura não tem sido muito diferente.
Barbosa demonstrou humildade para ouvir e aprender, além de uma vontade de mudar esse status quo de relacionamentos indevidos por parte do GOB. Seria muito bom ver um posicionamento claro do Ballouk a respeito dessas questões. A boa notícia é que Ballouk também tem se mostrado disposto a declarar suas opiniões e posicionamentos sobre essas questões maçônicas, mesmo quando polêmicas.
De qualquer forma, a era de Zeus e demais habitantes do Olimpo Maçônico se aproxima do fim.
Brilhante analogia com a mitologia grega, mano!
Espero sinceramente que, independente de Perseu ou Érebo, que esta questão DeMolay, tão óbvia, seja finalmente resolvida ante posicionamento claro do GOB. Resta cristalino que o SCODRFB é o representante, por direito e fato, da nobre ordem DeMolay no Brasil.
Kennyo, essa aparente disparidade ideológica entre Barbosa Nunes e Marcos José, que tem se mostrado clara sobretudo agora às vésperas das eleições não poderia ser indício de uma manobra política de afastamento do próprio Barbosa, percebendo o desgaste da gestão que ele integra?
Não consigo metabolizar essa recente falta de concordância de Barbosa Nunes para com as atitudes do Soberano Donald Trump do GOB.
Lá em Copioba Mirim, tem umas figuras maçônicas deste naipe!, obvio que me refiro há um local fictício que jaz nas brumas dos tempos imemoriais, rs. Não relacionado a qualquer lugar do Reino de Portugal e Algarve ou Brasílico. Já me posicionei diversas vezes sobre a “regularidade” seletiva utilizada pela potência primaz do Brasil, e parece que nossos irmãos não entendem a necessidade de que ser Representante de seu Povo, tem um prazo! acham que devem ficar como Fidel, “Ad Eternum”. Haja visto que na minha Potência Maçônica (Gleb), ficamos a mercê de embargos jurídicos para dirimir uma querela entre Past Grão Mestre e Atual Grão Mestre, a Juíza que pegou a causa, observando a briga de vaidade de partes envolvidas, logo utilizou a sabedoria de Salomão, e proferiu, “Resolvam-se entre vocês!”. rs.
No início de uma campanha eleitoral que se afigura acirrada, é importante reconhecer que ambos os candidatos têm posturas muito claras, nem sempre opostas, em relação a vários problemas que ainda atormentam os Maçons do GOB (não gobianos; eu aceitaria gobenses). Isso pode melhorar o conceito relativamente corroído pela indiferença ou suspeita que alguns dos nossos Irmãos têm da sua potência.
O episódio lamentável de falta de visão maçônica sobre os conceitos de regularidade e reconhecimento, que levou o GOB a irritar muitos dos seus afiliados por proibir o seu contato maçônico com as potências afiliadas à COMAB, incrementou as ameaças de rejeição do candidato vinculado à atual administração. Isso ainda culminou com o início, já esperado, dos reconhecimentos de cada um dos Grandes Orientes Independentes Estaduais pelas Grandes Lojas Estaduais norte-americanas,
Assim, este é um ponto focal importante para os dois candidatos e há, nos debates, um desbordamento da questão, em geral com o subterfúgio de serem usadas complexas construções gramaticais de raízes jurídicas, associadas à citação de uma legislação confusa e desnecessária que o GOB nos impinge. Muitos Irmãos prefeririam uma resposta mais incisiva dos candidatos, afirmando a sua posição com clareza e sem rodeios: vamos ou não ser uma Maçonaria Brasileira reunida em torno dos nossos ideais? Ou vamos continuar nessa tolice (para não dizer nada ofensivo) de nos rejeitarmos reciprocamente, sem considerar o cerne da questão?
Sugiro aos candidatos, ambos com meu máximo respeito, que façam um plebiscito simulado para levantar o pensamento dos Mestres Maçons a respeito. Vox populi, vox Dei.