Retomando a série de Ordens e Corpos Maçônicos relacionados a Ritos, hoje é a vez do KCCH – Cavaleiro Comandante da Corte de Honra, pertencente ao Rito Escocês Antigo e Aceito.
O KCCH é uma espécie de grau 32,5 (ou 32 e 1/2, se preferir) do REAA da Jurisdição Sul dos EUA, apesar de não ser considerado oficialmente um grau, e sim uma honraria. O grau 32 é algo relativamente fácil e rápido de se alcançar nos EUA, seja na Jurisdição Sul ou Norte, em comparação ao procedimento padrão adotado no Brasil. Enquanto no Brasil demora-se geralmente alguns anos entre o grau 4 e o 32, havendo interstícios entre os principais graus, o mesmo não ocorre nos EUA, em que um Mestre pode alcançar o grau 32 em alguns meses ou, até mesmo, em um único mês. Em certas ocasiões, em um único fim de semana.
No entanto, enquanto todos os membros regulares no grau 32 do Brasil têm a oportunidade de serem investidos no grau 33, o mesmo não ocorre nas duas jurisdições americanas, em que o grau 33 é realmente honorário, restrito a poucos. Como forma de reconhecer os membros colados no grau 32 que tenham prestado relevantes serviços à Maçonaria, o Supremo Conselho da Jurisdição Sul dos EUA criou o KCCH, para o qual é elegível os membros que tenham um mínimo de 46 meses como grau 32. Na prática, esse prazo costuma ser bem mais longo.
Aqueles condecorados com o KCCH, condecoração realizada por meio de uma investidura pública, utilizam um barrete vermelho e passam a ser qualificados à eleição para o grau 33 após um período idêntico de mínimo de 46 meses. No entanto, o KCCH não garante a eleição ao grau 33, o que é alertado na própria investidura a KCCH, em que é dito mais ou menos o seguinte: “se você não receber o último grau nos anos futuros, lembre-se que você foi singularmente honrado nesta Investidura pelo Supremo Conselho”.
Além do barrete vermelho, o KCCH possui uma comenda de fita branca, cuja joia é uma cruz vermelha, tendo as extremidades de cada braço da cruz divididas em três pontas. No centro da cruz, um círculo dourado de folhas de louro. E dentro do círculo, outro círculo de fundo branco, com um trevo verde de três folhas.
A ideia da criação do KCCH foi de Albert Pike, enquanto Soberano Grande Comendador, que tinha com isso a intenção de reconhecer os irmãos mais dedicados ao REAA sem precisar “diluir” o grau 33. Isso porque, conforme a Constituição do Supremo Conselho da Jurisdição Sul dos EUA, somente ao alcançar 2.500 membros colados no grau 32 que um Oriente (Vale) ganha o direito de indicar 6 membros do KCCH para a eleição ao grau 33. E a cada 2.500 membros adicionais poderá indicar mais dois candidatos. Tudo isso dentro do cronograma do Supremo Conselho.
Isso me fez lembrar a refutação que Brent Morris faz contra a argumentação dos fundamentalistas protestantes de que Jim Shaw era 33, quando, na realidade, era KCCH. E nesse suposto “grau 32,5” que o reverendo Jim Shaw ludibriou os fundamentalistas se dizendo 33 e inventando um monte de baboseiras. Brent Morris fez um levantamento dos maçons colados no grau 33 e o nome dele nem constava, quando, na verdade, o ônus da prova cabia ao rev. Shaw.
Muito boa a iniciativa de publicar tais matérias para melhor esclarecimento à comunidade, notadamente aos neófitos.
Obrigado!
Ir Kennyo, ouvi anos atrás de que é necessário demonstrar “doações para instituições de caridade” para que tenho o gr. 33, com valores altíssimos, US$ 100.000, isso procede?
Kennyo Ismail – Meu Irmão Ernesto, não se faz necessário. Muitos se tornam sem realizar doações. Mas deve-se levar em consideração que a indicação parte dos Grandes Inspetores Litúrgicos de cada Oriente que “bate a meta”, e que o indicado deve ter prestado “relevantes serviços” ao REAA. Isso não descarta a possibilidade de que doações de alguma forma sejam consideradas na decisão de indicações.
excelente postagem, peço ao nobre irmão que me informe como faço para comprar livros antigos e raros da ordem, por exemplo: enciclopédia maçônica do Albert Mackey e outos do A.Pike
Kennyo Ismail – Você pode encontrá-los, por exemplo, na Amazon.
Ir Kennyo,
Boa tarde, levando em consideração essa situação de o 33° nos EUA ser acessível a somente poucos, diferente da situação brasileira, então pergunto, qualquer Ir brasileiro que seja 33° (do Supremo Conselho de Jacarepaguá claro) pode participar dos trabalhos do grau 33 lá nos EUA?
Kennyo Ismail – Sim. Com certeza.
Gr.: Ir.: que o G.:A.:D.:U.: o abençoe sempre.
Já estive numa oportunidade ímpar numa reunião de graus 33° nos EUA.
Na verdade o 33° lá é bem difícil mesmo.
Mas oportunamente consegui estar lá mesmo não sendo do Sup.: Cons.: de Jacarepaguá. Sou de um de SP.
Mesmo assim, o que vale mais lá, são as verificações de conhecimento. É costume lá fazer dos graus 3, 14, 18, 30 e 33° Para quem não pertence às Jurisdições Americanas.
Tfa a todos.
Ir.: Carlos Miranda.:
Muito boa essa materia,já tinha escutado algo parecido mas não essa consistência,parabéns pela matéria.TFA
Parabéns excelente informação.