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O SÍMBOLO PERDIDO DA MAÇONARIA: A COLMÉIA

Esse importante símbolo maçônico foi ignorado (ou talvez seja desconhecido) por praticamente todos os escritores maçons brasileiros. Até mesmo a literatura internacional versa pouco sobre esse símbolo, presente desde a cultura egípcia, passando pelos romanos, usado pelos cristãos primitivos, e que posteriormente inspirou imperadores, como Napoleão.

Com exceção do ser humano, qual o outro ser vivo trabalha muito e em equipe, vive em comunidade, produz diferentes tipos de materiais, constrói casa para milhares de iguais, e tem forte hierarquia e disciplina?
A abelha trabalha duro e sem descanso, não para ela, mas para todas. Ela produz e ela constrói. Ela vive em harmonia com a natureza. A colméia é o grande emblema do resultado do trabalho da abelha, da sua capacidade de construir algo em prol de todos. A abelha é o ser construtor, assim como o maçom pretende ser. A partir disso é fácil compreender como a colméia se tornou um símbolo maçônico presente em antigos estandartes e aventais, e no grau de Mestre Maçom dos rituais mais antigos de nossa Ordem.
Não se sabe a partir de quando a Colméia passou a constar nos rituais maçônicos, mas já estava presente na Maçonaria desde, pelo menos, o início do século XVIII, como evidencia um catecismo maçônico irlandês datado de 1724:

“Uma abelha tem sido, em todas as épocas e nações, o grande hieróglifo da Maçonaria, pois supera todas as outras criaturas vivas na capacidade de criação e amplitude de sua habitação. Construir parece ser da própria essência ou natureza da abelha”.

Há vários registros de colméias como parte integrante e de destaque de templos e rituais maçônicos na Inglaterra, Irlanda, Escócia e EUA no século XVIII. Porém, com a renovação dos rituais em boa parte do Reino Unido a partir de 1813, esse importante símbolo foi de certa forma ignorado, surgindo vez ou outra em Lojas de Pesquisa, com exceção da Maçonaria Americana, que manteve sua importância no Ritual.

Para se ter uma melhor compreensão do significado maçônico da Colméia, segue pequeno trecho adaptado do Monitor de Webb:

“A Colméia é um emblema de indústria e operosidade. Ela nos ensina a prática dessas virtudes a todos os homens. Viemos ao mundo como seres racionais e inteligentes. Como tais, devemos sempre ser trabalhadores, jamais nos entregando à preguiça quando nossos companheiros necessitarem, se estiver em nosso poder auxiliá-los. …Aquele que não buscar trazer conhecimentos e entendimento ao todo, merece ser tratado como um membro inútil da sociedade, indigno de nossa proteção como Maçons.”

Enfim, um dos símbolos maçônicos com significado e ensinamentos mais profundos, simplesmente perdido nas brumas do tempo e nas páginas das incontáveis “revisões” promovidas pelos “sábios” de outrora. Esse é o verdadeiro “símbolo perdido” da Maçonaria. 

14 comentários sobre “O SÍMBOLO PERDIDO DA MAÇONARIA: A COLMÉIA

  1. A Colmeia, bem como outros símbolos foram usados pela Maçonaria em épocas diferentes, entretanto, a colméia não é considerada Símbolo Maçônico. A história da Maçonaria e a tradição é toda fundamentada na época operativa e nas Ordens Cavaleirescas, portando todos os símbolos, realmente maçônicos são ligados a Arte da Construção e das Lojas Militares.
    Paulo Roberto Marinho

  2. Meu Irmão Paulo Roberto, ao reler o texto, veja que a Colméia é símbolo de trabalho, produção, construção, por isso nitidamente ligado a Arte da Construção por você mencionada. É muito evidente a justa escolha desse símbolo nos primeiros rituais especulativos, nas Lojas do século XVIII, nas Lojas Militares, e que AINDA está presente nos rituais mais tradicionais, como Webb e Duncan. Além disso, veja que há outros símbolos como Sol e Lua, Estrela Flamígera, Delta Luminoso e tantos outros não ligados à Construção e que são indiscutivelmente maçônicos. Isso mostra que não devemos aplicar tais regras limítrofes em uma instituição milenar como a nossa. Nem tudo que é de construção é maçônico e nem tudo maçônico é de construção. Abraços.

  3. Colméia é a definição de uma colônia de abelhas. É o símbolo da organização social que, naturalmente, envolve trabalho e, consequentemente, produção, jamais construção com alusão a Maçonaria Operativa. Os abrigos das abelhas são aqueles que a natureza oferece ou construídos pelo homem. As formigas têm organização social semelhante a das abelhas e são muito mais construtoras de seus abrigos que as abelhas e, nem por isso suas colônias são consideradas símbolos maçônicos. Sol, Lua estão diretamente ligados a arte da construção (Ver Vitrúvio e o trabalho nos canteiros de obras medievais) e o Delta é só pensar em geometria e Geômetra.
    A colméia foi e ainda é um importante símbolo na didática maçônica, mas, não é um símbolo maçônico, ou seja, algo que era utilizado na arte de construir.
    Bem… Este site, muito bem criado e com ótimas matérias é de grande valia e o Irmão está de parabéns. Todavia não é espaço para debates; deste modo não volto a comentar.
    Abraços.

  4. Meu Irmão, sinta-se à vontade para debatermos, e se preferir pode me enviar e-mails. Tenho costume de responder todos os comentários até como uma forma de agradecê-los. Permita-me corrigi-lo:
    Você escreveu que "os abrigos das abelhas são aqueles que a natureza oferece ou construidos pelo homem". Até uma criança sabe que as abelhas constroem seus abrigos, conhecidos por "colmeias".
    Já sobre ser ou não um símbolo maçônicos, não sou em quem diz e sim rituais e manuais do século XVIII, bem como estandartes, templos e vitrais de Lojas. O Monitor de Webb, adotado por 99,99% das Lojas Azuis Americanas, consta a Colméia como importante símbolo, e estamos falando do ritual praticado por mais da metade dos maçons do mundo.
    Por fim, não podemos confundir o Sol e Lua de Zoroastro com qualquer outro Sol e Lua. Também não podemos esquecer da Estrela Flamígera, indiscutível símbolo maçônico que nada tem com o pedreiro. E há muitos outros. Como escrevi anteriormente, nem tudo de construção é maçônico e nem tudo maçônico é de construção.
    Abraços e obrigado,
    Kennyo Ismail

  5. "Até uma criança sabe que as abelhas constroem seus abrigos, conhecidos por "colmeias".

    Obrigado, também.

    E, pelo desenho na matéria acima de um abrigo construído pelas abelhas.

  6. Meu Irmão Paulo Roberto, não me entenda mal, pois sou um admirador de sua autoria. Apenas senti-me na liberdade de tratar do assunto de maneira mais informal, coisa de irmão. Fica registrado aqui meu pedido de desculpas, caso tenha te desagradado com tal observação. Sua contribuição é valiosa.
    TFA,
    Kennyo Ismail

  7. muito interessante os comentarios relativos a comeia, como um simbolo utilizado pela maçonaria medieval, e que narealidade poucos ou quase nenhum maçom tgem conhecimento.
    Gostaria de fazer parte deste grupo que estuda a maçonaria como ciência

  8. O Símbolo Perdido-matéria espetacular para todos os IIr.:

  9. Os mórmons usam esse simbolo também…..da comeia de abelha

  10. Construção hexagonal meus irmãos

  11. Corrija um sábio e o fará mais sábio…

  12. Somente para contribuir com a matéria, a abelha é o único ser vivo do mundo que usa o mesmo método de localização que o homem. P.e. se quero ir de A para B , digo que vou para o leste a uma distancia de 10 km . Nas abelhas tb é assim. Identificando um local com bastante néctar , ela volta para a colmeias e através de uma dança e o numero de giros transmite a direção e a distancia para as demais abelhas. SFU

  13. A colméia é o item principal da tabua de delinear do grau de Mestre do Azul, ou Cavaleiro de Salomão.
    Um dos graus acessórios recebidos no Grau de Sacerdote Cavalerio Templário

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